Vamos conhecer um pouco mais sobre o cenário:
Há muitos anos-luz, distante daqui como dali, existe uma estrela anã vermelha conhecida como MACS J1149. E, orbitando essa estrela, há um planeta chamado XFUrf-14. Planeta esse quase que coberto por pântanos (exceto em seus polos). Esse planetinha simpático é governado por seres antropocalangomorfizados – uma palavra difícil para definir calangos andantes sobre seus dois membros inferiores que falam e pensam como humanos. Vale citar que alguns acadêmicos glórquis atualmente preferem o termo calangotropozoomorfizados – uma palavra difícil para definir bichos andantes sobre seus dois membros inferiores que falam e pensam como calangos.
Esses seres meio homem meio calangos são chamados pelos humanos de Calangus erectus, sob reclamações dos primeiros, afinal eles preferem “glórquis”, simplesmente, e que em sua língua perdida significa “bichos andantes sobre seus dois membros inferiores que falam e pensam como calangos”. Por outro lado, os glórquis não chamam os indivíduos da espécie Homo sapiens sapiens de humanos, mas de “zomi”. Outra diferença lexical encontra-se no nome da estrela: os humanos insistem em chamá-lo de MACS J1149, enquanto o glórquis o chama de Jamjam – que em glórqui antigo significa “bolota amarelona que esquenta nossa terra durante o dia e que de noite vai para outro lugar” – e XFUrf-14 de Tchuruba, que em sua língua perdida significa “terra muito distante de qualquer lugar que possui muita lama, mas a gente adora”.
Como era de se esperar, não é apenas nos vocábulos usados que humanos e glórquis discordam: há pelo menos 50 anos (tanto terrestre como tchurubestre, já que a Terra e Tchuruba possuem o mesmo diâmetro e a mesma distância de seu astro rei), desde quando uma expedição humana chegou a Tchuruba e sob o pretexto de civilizá-los e fazer alianças comerciais importantíssimas que beneficiariam a ambos, iniciou a criação de instalações extrativistas e a escravização de glórquis de maneira generalizada. No início, os zomi ofereceram bugigangas de metal, palavras grandes com significados simples e concepções de direito tributário, para depois simplesmente estarem com presença forte o bastante para impor obediência com o uso da força de suas armas.
Os glórquis, mesmos suspeitos das intenções belicosas dos “zomi”, resolveram não os tratar com violência, afinal, a parte de uma desavença com vizinhos ou uma briga entre torcidas diferentes, havia espaço para todos no lamaçal que chamavam de lar. Tampouco conheciam qualquer outra espécie inteligente no universo, mesmo considerando seu próprio nível de inteligência como uns limiares baixos, logo, estavam curiosos para conhecer aquela gente estranha. O problema é que eles tiveram o desprazer de serem encontrados pela espécie mais virulenta, desprezível, áspera, hedionda, devastadora e qualquer outro adjetivo ruim, já que não quero repetir nesse parágrafo o termo “belicoso”, visto que estou me referindo aos “zomi”. A história da ocupação humana em Tchuruba realmente contorce os significados prezados pelos humanos do que significa ser “civilizado”.
O tempo passou e os humanos se espalharam por quase todo o território tchurubestre, alastrando suas máquinas e caçando os glórquis mais fortes para os trabalhos forçados em suas indústrias. O empenho humano de fazer suas longas viagens e perturbar os glórquis era difícil de ser entendido pelos nativos de Tchuruba. Ao chegarem a Tchuruba, os humanos ficaram eufóricos, segundo suas teorias, o piche, raro em sua Terra era abundante ali e não demorou em encontrarem provas disso. Para os glórquis, essa substância negra e nojenta que havia bem abaixo dos pântanos, chamada por eles de coisapreta, era o sangue dos antigos moradores milenares de Tchuruba, conhecidos como Terrianos e que tinha a função de manter a lama dos pântanos quentinhas, portanto, a coisapreta é sagrada e conveniente para os glórquis.
Anos e anos de exploração, os pântanos começaram a virar grandes desertos. E, vitimados pelos maus tratos causados pelos trabalhos forçados e pelas emigrações, as grandes porções de glórquis começaram a desaparecer. Foi quando um grupo glórqui ajuntou-se secretamente e decidiu expulsar por definitivo os “zomi” de suas terras. E a coisa ficou preta (entendeu o trocadilho?).
E assim, a insurreição glórquica começou, ou como eles mesmo chamam: A Resistência Glórqui.
Patas e caudas, avante!
Viva a Resistência Glórqui!
– Grito de guerra da Resistência Glórqui
SISTEMA DE JOGO
Baseado em sistema próprio, Resistência Glórqui utiliza dados de 6 lados com uma mecânica fácil: basta rolar uma quantidade de dados igual a sua parada de dados (Atributo + Predicado) contra uma quantidade de dados rolada pelo Mestre conforme a dificuldade – para dificuldades fáceis, ele rola um dado, médias, dois, e difíceis, três. Entre os atributos básicos temos termos bem engraçados como Muque, Fuça e Miolos.
Quer conhecer mais em uma leitura e jogo rápido, acessa a versão que pode ser jogada até em modo solo, sem mestre, clicando aqui.